Velßsquez pinta este esplΩndido retrato durante a dΘcada de trinta. Os crφticos nπo se p⌡em de acordo com a data exata da sua execuτπo, desconhecendo-se tambΘm as circunstΓncias pelas quais foi encomendado. O modelo Θ don Gaspar de Guzmßn, mais conhecido como Conde Duque de Olivares. Este personagem dirigiu a polφtica dos governantes da dinastia dos ┴ustrias espanh≤is, entre os anos 1621 e 1643. A juventude e a inexperiΩncia de um monarca um tanto dΘbil, propiciaram que o aristocrata dominasse a Coroa. Seu governo terminou sendo bastante desafortunado. Ele manteve conflitos bΘlicos com a Franτa e a Holanda, intervindo tambΘm na Guerra dos Trinta Anos. Estes conflitos foram desastrosos para Filipe IV. A mesma coisa aconteceu com sua polφtica interna de reformas, que pioraram a situaτπo econ⌠mica do Reino. Estas e outras circunstΓncias motivaram a perda do favor real e sua caφda.
Ele conhecia algumas figuras dos ambientes artφsticas da Sevilha de Pacheco. Ao dominar o poder, ele reclamaria a alguns de seus membros que permitissem a entrada daqueles, ao serviτo da Casa Real. Isso permitiria a Velßsquez introduzir-se no seio da Corte.
AN┴LISE T╔CNICA E ESTIL═STICA
Cavalo e ginete aparecem em primeiro plano, dominando a composiτπo. O pintor os situa num espaτo natural fictφcio, cujo tratamento lembra a tΘcnica de Ticiano. O cavalo Θ representado de costas e em curveta, descrevendo um monumental escorτo. Olivares vira seu rosto em meio perfil. Seu gesto proporciona α obra uma sensaτπo de proximidade e espontaneidade aparentes. ╔ muito possφvel que se tomasse como fonte iconogrßfica umas gravuras de Antonio Tempesta. Nelas se representavam imperadores romanos seguindo uma atitude de mando similar. A historiografia relaciona tambΘm este quadro com um retrato eqⁿestre de Van Dyck.
De qualquer forma, a tela destaca-se por sua extraordinßria qualidade de execuτπo. O artista submerge as figuras numa paisagem que nπo foi pintada ao natural. O esfumado do mesmo contrasta com a imagem do retratado e de sua cavalgadura. Recorre-se a uma variada gama de pinceladas. Estas sπo leves na confecτπo do cenßrio, tornando-se empastadas no motivo protagonista. O traτo se faz cada vez mais rßpido e solto nos detalhes, longe da precisπo juvenil.
INTERPRETA╟├O
A imagem eqⁿestre fora recuperada no Renascimento. Copiada do mundo antigo, era destinada α exaltaτπo do poder pessoal. As virtudes individuais e a fama ficavam representadas neste tipo de obras. Caudilhos, nobres e reis sπo retratados desta maneira, tanto na pintura como na escultura. A partir do sΘculo XVI, a composiτπo eqⁿestre tende a um maior dinamismo, coisa que se acentua durante o Barroco. Esta obra Θ bom exemplo disso. O artista preferiu uma imagem dinΓmica de aspecto instßvel, afastada da gravidade romana da escultura de Marco AurΘlio.
Uma batalha aparece sob as patas dianteiras do animal. Alude simbolicamente aos triunfos militares da Coroa dos ┴ustrias, acentuando tambΘm os dons de mando deste poderoso personagem. A tΘcnica pict≤rica empregada vai ficando cada vez mais pessoal. A variedade da pincelada obedece aos diferentes efeitos buscados. Toda ela Θ presidida por uma delicada gama de dourados que se distribuem de modo harm⌠nico ao longo da composiτπo. Sem d·vida alguma, constitui um dos retratos mais notßveis de Velßsquez.
